quarta-feira, 19 de setembro de 2018

carne viva/morta

"Autorretrato: carne viva/morta"

Peço-lhes que quando forem cometer o meu assassinato, o façam quando eu estiver caminhando tranquilo em um dia que transmita a sensação de vitória.
Sigam-me sem me deixar perceber suas insanas presenças. Apontem. Então, puxem o gatilho da arma mais poderosa que puderem obter. Explodam minha cabeça para que eu morra sem ter conhecimento e nem memória do que acabara de acontecer. Não se preocupem em esconder meus miolos jogados contra a calçada e nem assustem-se com o barulho de um corpo pesado ao cair no chão, vocês ouvirão isso diversas vezes. 
Mas meu sangue escorrerá pelos bueiros e esgotos e eu me tornarei a cidade. E o que você fizeram comigo - ou farão - me parecerá um
 grande favor.

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