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| "Femme Fatale", acrílica sobre papel. 4/3/18 |
"Para longe daqui, por favor"
E para longe se vão, os jovens e os velhos.
Se encontram num velho beco, rostos saindo da fumaça, conversas múltiplas e sem sentido e o movimento do lugar é apenas surreal. As pernas que balançam-se para lá e para cá.
Aproxima-se da cadeira.
"Tome algo e fume essa marca, ouvi dizer que é muito boa."
Toma uma nota da marca de cigarros.
"Essa não é aquela contrabandeada?"
Responde mostrando conhecimento.
"Agora é oficial. Estão vendendo de forma legal"
Acende um cigarro.
"Legal."
Expele a fumaça.
"Olha lá quem chegou."
Aponta.
"Opa, vamos falar com eles"
Caminham à porta.
E acaba-se de forma luxuosa uma noite de porcelana sob uma lua de açúcar, champanhe e música. Aí que cada um encontra uma mulher, uma mulher encontra cada um. De volta para limousine
"Esta festa não está tão boa. Por favor, longe daqui. Mais alto desta vez"
Lá vão eles, felizes. Felizes.
O açúcar escondia formigas dentro de si.
O quarto está iluminado. O sol penetra uma janela, com raiva.
Acorda. Pensa, confuso.
"Que porra é? Um motel, uma casa?"
Põe os olhos cansados no ambiente desconhecido.
"Onde estão eles?"
Pensa um pouco, novamente. Ele tem essa capacidade, ainda.
"OK, onde ele está. Precisamos ir embora."
Na cozinha?
"Aqui não"
Na sala?
*silêncio*
Talvez morto...
"PUTA QUE PARIU!"
...no banheiro.
Vocês imaginaram exatamente - eu espero que sim. - onde o outro estaria e sabem exatamente onde ELA está. Está numa limousine com uma piteira enfiada entre os lábios secos e vermelhos, subindo aqui, descendo ali. Enganando alguém, cantando suavemente. Morando em todos os lugares. E esse rapaz está fodido, então não considerem nem a própria sombra algo digno de confiança. Abracem suas mães e assistam desenho animado enquanto podem. Aprendam a beber e não tentem ser o personagem de um filme que acabaram de assistir. É apenas um ator medíocre.
Até a próxima, mes amis inconnus!