sábado, 30 de junho de 2018

ÉRAMOS MAIS SELVAGENS, JÚNIOR. MAS OS TEMPOS CONTINUAM MUDANDO.

Éramos mais selvagens, Júnior.
         Mas os tempos
                              continuam
                                             mudando.

     deixamos de agir como ursos.
     não brigamos pela comida.
     não movemos mais montanhas
     com nossos punhos flamejantes,
     nem secamos mais os mares
     com nossos pés imundos.


  agora nos censuramos
  e bebericamos cerveja.
  bebericamos.
  não tomamos tudo de uma
  só golada. Não mais. 

                 agora saímos juntos.
                 compartilhamos os
                 mesmos vícios.
                 como dois ursos
                 aposentados.
                 como dois boxeadores
                 aposentados.
                 como duas crianças selvagens
                 aposentadas.

        agora controlamos nossa selvageria
        porque nós conhecemos a face da 
        humilhação.
        vimos, vivíamos com medo e 
        precisávamos libertar algo.

agora o mundo anda pacificamente ruim
em nossas cabeças e não seremos as
faces da humilhação para as futuras gerações.

      AINDA QUE FÔSSEMOS MAIS SELVAGENS
      AINDA SOMOS SELVAGENS DEMAIS PARA
      NOS TORNARMOS IMBECIS CIVILIZADOS...

Madalena, um sorriso no teu rosto valeria mais que 50 centavos em tua bolsa.


  A triste ascensão de um anjo sobre lixos de rua, carros luxuosos, canivetes e homens sujos

1726

Cidade Bela,
Você não é tão bela assim.
A Morte brinca a qualquer hora
Do dia
Por aqui.
Ao nascimento da madrugada
Somos todos
Prostitutas,
           Vagabundos, 
     Viciados,
  Escritores,
         Andarilhos,
                    Gatos feridos 
                    e
         Malditos cães solitários.

Deitados no chão de
Uma praça qualquer
No centro do problema,
Esperamos pelo sol. Quem?
Nós.
Os bêbados,
         Moradores de rua, os jovens perdidos,
As Crianças soturnas, mães abandonadas,
         As almas machucadas, os cadáveres...

E com profundo desespero, 
Te cobrem com imundos lençóis,
Desenham um rosto e
Maquiam do modo que
Eles desejarem.
Eles manipulam sua mente e
Esfregam na sua cara que
Você fica tão bela
Cheia de ilusões.
E que está tudo bem,
Tudo sob controle,
Tudo melhorando.
Mas não está!
E você deveria ter 
Percebido isso há
Muito, 
Muito
Tempo...

Lucas Matheus
2017

terça-feira, 26 de junho de 2018

Tudo Sobre o Mito de Hannya

Hannya refere-se aos oni (demônios) femininos, denominados kijo, especificamente àqueles kijo que aparecem nas dramatizações Noh. Eles já foram mulheres humanas que foram consumidas pela inveja e transformadas. O nome Hannya também se refere a um tipo específico de máscara oni (demônio) utilizadas nos teatros Noh.
Existem três graus de Hannya: Namanari, Chunari e Honnari;

Namanari hannya são kijo que ainda se assemelham as mulheres humanas. Eles têm chifres pequenos e usam magia negra para realizar suas más ações, não são completamente más; ainda há uma chance de terem de volta humanidade.

Chunari hannya são demônios de nível médio. Eles têm chifres longos, afiados, garras, presas, e possuem a mais poderosa magia. No entanto, eles ainda são vulneráveis ​​a orações budistas.

Honnari hannya são verdadeiros demônios. É a forma mais poderosa das três. Elas têm corpos de serpente e são capazes de expelir fogo de suas bocas. “Honnari hannya abraçaram seu ciúme tão profundamente que não há como acalmar sua fúria.”



Fonte - culturajapao.com.br

Hannya


Hannya (般若) - A expressão desta máscara é uma fusão de ciúme, tristeza e dor incontrolável de uma mulher.

sábado, 23 de junho de 2018

Desenhos de um caderno esquecido: "Yoshiko Sai"

Tentativa frustrada de desenhar a Yoshiko Sai, poréeeeem motivadora para continuar a desenhar, né, manxo.

Desenhos de um caderno esquecido: "Yase-onna"


Yase-onna (痩女) - Ryō-no-onna é um tipo de máscara que retrata uma mulher com ciúme e rancor, que não poderia ir ao Nirvana e se tornou um fantasma.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Contos sobre Pinturas: Manipulação

DIA 1


As primeiras palavras são as mais importantes. Escreverei nesse diário algo que está me incomodando faz dias. Eu não suporto mais esse olhar negro e profundo e ela não vai embora. Por que?!

Kasumi Murakami


[...]Ela saiu de um beco totalmente escuro, enquanto eu caminhava de volta para casa. Desta vez ela me pediu algo estranho demais e me sinto muito culpado. Espero apenas que não me traga problemas. Talvez eu arranque esta página mas eu preciso realmente escrever isso e externalizar e analisar se eu não estou realmente ficanco louco...

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Nuvens Negras

Poemas Confusos de Mentes Vazias

Sim,
Temos suficiente
Pessimismo
Para atacar o
Papel com merda de frases
Sem sentido.

Retrato Bêbado de Nina Mathieu

Vou procurar em minhas anotações rasgadas algo sobre este belo demônio, que eu devo ter escrito em uma ressaca enquanto sonhava.

Suicídio Autorretratado de Claus Mathieu

"A rua está linda, vazia e azul. Maravilhosa em sua forma e silêncio. Conto-lhes que tornei-me um estranho para minha criança. Tornei-me um fracasso.

Nina

Nina tem uma personalidade tão forte e tão bonita. Pena mesmo é que as pessoas só olham para seus dentes e não seus olhos 
Lucas Matheus

"Nina" 

2017
Caneta permanente.

Gatos: Nina fumando um cigarro

Havia até uma beleza rebelde em sua forma de viver felino e puro. Eu quase podia sentir ela fumando um cigarro e vomitando insultos enquanto enchia sua tigela quase cheia.
L.M


"Gatos: Nina fumando um cigarro"

10/12/17
Acrílica sobre tela

Gatos: Preta

Essa é a alma mais triste, mais solitária que eu já encontrei até agora. E pensar que ela estava usando um vestido de ossos, quase morta, em meu portão.
L.M

"Gatos: Preta" 

5/12/17
Acrílica sobre tela. 

A Estrangeira

É um sentimento abaixo dos mais frios horrores, nadar em paranóia sentindo a esmagadora força da sombra solitária desses olhos assassinos. É perigoso enganar-se com o sorriso de uma alma furiosa.
L.M

"A Estrangeira"

26/01/18
Acrílica sobre papel 

Autorretrato Retirado de uma Parede Melancólica

UM SORRISO PARA SE LEMBRAR
nós tínhamos peixes dourados e eles ficavam dando voltas
no aquário sobre a mesa perto das cortinas pesadas
cobrindo a vista da janela e
minha mãe, sempre sorrindo, querendo que todos nós
estivéssemos felizes, me disse, 'seja feliz Henry!'
e ela estava certa: é melhor ser feliz se você
pode
mas meu pai continuava a bater nela e em mim várias vezes por semana enquanto
se enfurecia em seus 1,88 de altura, porque ele não conseguia
entender o que estava atacando-o por dentro
minha mãe, pobre peixe,
querendo ser feliz, apanhando duas ou três vezes por
semana, dizendo-me para ser feliz: 'Henry, sorria!
por que você nunca sorri?'
e então ela sorria, para me mostrar como se fazia, e era o
sorriso mais triste que já vi
um dia os peixes dourados morreram, todos os cinco,
eles boiaram na água, de lado, seus
olhos ainda abertos,
e quando meu pai chegou em casa ele jogou-os para o gato
lá no chão da cozinha e nós observávamos enquanto minha mãe
sorria.


Charles Bukowski



"Autorretrato Retirado de uma Parede Melancólica"

8/3/18
Acrílica sobre tela. 

O Suicídio

"Suicídio é que nem uma mulher bonita num bar. Você olha ela e algo dentro de você cresce e diz 'eu preciso dessa mulher pra mim'. Aí você pede um whisky e começa a pensar no que falar pra ela. Eu pergunto o nome dela? Ou eu chego me apresentando? Eu pergunto o que ela gosta de fazer ou tento encantar ela com as coisas que eu gosto? Você vai ficando nervoso, pede mais uma bebida e se questiona: por que eu quero essa mulher tanto? Mas você não consegue responder. É algo maior que você. Quando você finalmente toma coragem e se levanta, o caminho entre o balcão e ela parece uma eternidade. Você chega perto dela e trava. Fica com medo. Você desiste e volta pra casa agoniado por não ter conseguido falar com aquela mulher. Chega em casa e se masturba pensando naquela mulher. Você não consegue entender o conflito entre existir algo dentro de você dizendo que você quer; e, quando você tenta fazer, outra coisa dentro de você diz que não é pra fazer. Suicídio é que nem uma mulher bonita num bar." 
Charles Bukowski 

"O Suicídio"

7/4/18
Acrílica sobre tela

La Bohème

EDITH

esteja despreocupada
esteja desamparada
um copo plantado em suas mãos
será regado à lágrimas distraídas

A Morte

CIDADES E FLORES
Há morte
Entre moinhos de vento,
Calmos riachos,
Flores e
Pedaços de carne viva.
Algumas coisas
Não necessitam 
De explicação. 



"A Morte"


7/4/18
Acrílica sobre tela 

Margot

CASTANHO-CLARO
um olhar castanho-claro
esse estúpido, vazio e maravilhoso
olhar castanho-claro.

Nico


Eu poderia imaginar facilmente um homem morto naquela casinha vermelha com seus testículos cortados fora e seus olhos esbugalhados

Autorretrato: Primeiro Quadro

PAREDES MOLHADAS DE MEMÓRIAS RASGAM COMO PAPEL SUJO

paredes molhadas
de memórias
rasgam como papel sujo
revelando faces tristes, deprimidas
por nunca tentarem amar o osso
ante a carne...




"(...)Como medida de precaução para impedir que as crianças usem o acessório caro ou para não sujar o design, há uma advertência que indica que a máscara de Nō não deve ser usada, a não ser em ocasiões especiais por um profissional.

Pele sobre tela

"Pele sobre tela"
23/05/18
Acrílica e aquarela sobre papel.

     Telas pintadas a sangue.


            
 A última pincelada...


Sobre um olho esfaqueado.